Clínica Médica - 1991 - Araraquara - SP
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Farmácia de Manipulação - 2000 - Araraquara - SP
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“Centro HABTAS” - 2004
(Hospital, Habitação e Triagem de
Animais Silvestres)
Parque Pinheirinho -
ARARAQUARA - SP
Apresentação
1 – Introdução
Inúmeros animais silvestres
da fauna pertencentes ao ecossistema do Cerrado Paulista são encontrados em
condições que inspiram cuidados médicos de urgência e/ou necessidade de abrigo
temporário ou permanente. Araraquara é um dos municípios com grande incidência
de casos, por abrigar áreas significativas de refúgio de matas nativas.
Vários desses animais são
relacionados nas listas de espécies em extinção do Ibama, em níveis regional e
nacional, como, por exemplo, o Lobo Guará, o Cachorro do Mato, o Bugio, a
Lontra, a Suçuarana, entre outros. As espécies da avifauna local, devido a
constantes agressões ao seu meio natural, têm freqüentemente sido forçadas, por
motivos diversos, a procurar o ambiente urbano para sua sobrevivência, sendo
muitas vezes vitimadas por esse comportamento.
A organização não
governamental Grove – Grupo Olho Vivo na Ecologia, dentro do seu projeto denominado
SOS Animais Silvestres, atende a vários casos dessa natureza, através de
serviço voluntário e gratuito, o qual será realizado em um espaço totalmente
adequado, na Unidade de Tratamento.
2- Objetivos
A criação de uma Unidade de
Tratamento e Abrigo para Animais Silvestres de Araraquara tem as seguintes
finalidades:
2-1-
Oferecer atendimento de primeiros socorros a todos os animais da fauna regional,
que não sejam propriedade de particulares, que se encontrem necessitados, e que
são encaminhados pela Polícia Florestal, pelo Corpo de Bombeiros ou por cidadãos.
2-2-
Abrigar temporariamente espécies em tratamento ou que necessitem passar por período
de observação ou quarentena antes de serem relocados ao seu habitat ou enviados
a instituições como zoológicos ou criadouros devidamente credenciados.
2-3-
Abrigar definitivamente espécies autorizadas pelo Ibama, como exemplares da avifauna
local e pequenos mamíferos, répteis e outros cuja relocação no habitat seja inviável
e manutenção e abrigo estejam dentro da capacidade da Unidade.
2-4-
Atuar como instrumento cultural e de educação ambiental para estudantes, entidades
e público em geral.
2-5-
Atuar como atrativo ao Turismo Educativo e de Lazer da região.
2-6-
Atuar como manancial de informações e dados para pesquisadores, estagiários e instituições
interessadas em estudar a fauna local.
GROVE-
Grupo Olho Vivo na Ecologia
O
Projeto
Algumas
premissas nortearam a elaboração do projeto desde o início. São elas as
relativas à preservação da natureza, à proposta de autonomia ou
sustentabilidade e, principalmente, à de se criar um espaço que pudesse
propiciar a interação entre o homem e as espécies sem que provocasse
constrangimento, stress ou humilhação a nenhum dos envolvidos.
A
questão ecológica, da preservação da natureza, é, para nós, de suma
importância, pois acreditamos que a existência e conservação da fauna local só são
possíveis a partir da recuperação e conservação da flora original. A utilização
de madeira em grande parte da edificação, embora possa parecer contraditória à ideia
de preservação da natureza, trata-se na realidade de parte do processo de
recuperação da flora local. A madeira a ser utilizada nessa obra será
originária da substituição de árvores invasoras por árvores próprias da região.
Também
na utilização dos demais materiais buscamos alternativas que se enquadrassem
neste critério, como por exemplo a cobertura, para qual escolhemos o uso de
telha ecológica – confeccionada a partir da reciclagem de embalagem.
Da
forma como procuramos resolver o projeto, (pé direito utilizado, escolha de
materiais, ou ainda na criação de dispositivos simples), buscamos dotar a
edificação de soluções que atendessem à ideia de se criar um espaço construído
de baixo custo. Em outras palavras procuramos adotar os preceitos da
Bioarquitetura, na qual as características climáticas e topográficas devem ser
aproveitadas e não combatidas. Estes conceitos estão presentes em algumas
soluções, como na disposição dos blocos, na utilização de jardins e anteparo e,
finalmente, no desenho das coberturas.
A
edificação é composta de dois setores distintos: - um setor aberto ao público
destinado à visitação e ao abrigo permanente das espécies, - outro, de acesso
restrito, destinado a recepção, exame, tratamento e abrigo temporário – setor
médico.
Para
a perfeita compreensão desta distinção procuramos projetar os blocos com
coberturas independentes e diferentes. No bloco para a visitação a cobertura é
compostas por módulos com uma única água e plano do telhado em curva, cujas
implantações são alternadas para se criar movimento. Esta cobertura é dotada de
calha embutida, antes do beiral, cuja captação de água será direcionada para um
reservatório de águas pluviais. Já no setor médico utilizamos a cobertura em
duas águas escondida por platibanda que circunda toda a edificação, com queda
central para uma única calha cuja coleta de água também será direcionada para o
mesmo reservatório. Esta água coletada será utilizada para a limpeza geral da
edificação e irrigação dos jardins, em complementação a água proveniente da
represa do próprio parque.
A
separação entre os dois setores se faz através de um muro em madeira – uma
paliçada- e jardins, cujos objetivos são os de propiciar um ambiente favorável
à recuperação, através do controle natural da temperatura, da umidade, enfim do
clima, da suavização dos ruídos originados no outro bloco, criando o necessário
isolamento entre os animais saudáveis e aqueles em recuperação. Esta
"paliçada" é responsável, ainda, por bloquear a incidência do
"sol da tarde" e evitar a exposição dos animais em recuperação.
No
setor de visitação os recintos para abrigo se encontram agrupados por tipo, ou
seja, estão agrupados os recintos destinados aos répteis, os recintos para os
animais de pequeno e médio porte, um grande viveiro para pássaros e,
finalmente, uma grande área aberta que constitui o recinto para animais de
médio e grande porte.
A
circulação para o público é coberta e também se constitui em uma galeria para
exposições informativas e didáticas relacionadas à flora e fauna local. Este
setor contará, ainda, com sanitários para os visitantes e balcão de
informações. Como esta galeria é aberta e voltada para o poente criamos um
pergolado articulado com o objetivo de amenizar a insolação proveniente deste
quadrante. Em frente a esta área coberta, que constitui a galeria, há um
mirante destinado à observação dos recintos onde estão abrigados os animais de
grande porte.
O
setor médico se compõe de salas de recepção, arquivo de registros, exame e
curativos, cirurgia e recintos para a recuperação e abrigo temporário, além de
uma farmácia veterinária. Este setor esta localizado na face leste,
utilizando-se dos benefícios desta insolação – propriedades germicidas e baixa
temperatura, Neste setor, também, estão localizadas uma cozinha para o preparo
de alimentos destinados aos animais e os vestiários para funcionários.
A
partir da cozinha e estendendo-se por toda a instalação há uma circulação
coberta exclusiva para os serviços (transporte de animais e alimentação) que
não cruza a circulação
Arq.
Aderson Passos Neto.
CREA
060 102 408 – 1
E
Kruppa
- Arquitetura
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